03/03/2025
Metodologia
6 minutos de leitura
Os desafios de atrair talento empreendedor
Autores
- Santander X Explorer
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No Santander X Explorer, sabemos que o empreendedorismo não é uma opção simples; muitas vezes é difícil apresentar essa possibilidade como algo atraente, como uma alternativa que vale a pena ser explorada. Ao examinar as tendências que estão se movendo entre as pessoas às quais o programa se dirige (em sua maioria, estudantes universitários que estão prestes a se formar ou que estão nos últimos anos de seu curso), quisemos investigar mais sobre elas. Assim, recentemente apresentamos nossas descobertas aos Coordenadorxs, Expertxs e Conectorxs PRO: eles estão em contato com os participantes para guiá-los, solucionar suas dúvidas e motivá-los, e formam o Explorer Hub, uma comunidade que compartilha ideias e boas práticas para que a experiência desses participantes seja ótima. Queríamos ouvir suas opiniões e pontos de vista.
O workshop, chamado “Desafios na atração de talento empreendedor. Rumo a novas narrativas que incorporem o bem-estar emocional”, aprofundou vários pontos do relatório GUESSS (Global University Entrepreneurial Spirit Student’s Survey). O primeiro e mais evidente é que a intenção empreendedora direta diminuiu nas universidades. Mas há outros pontos; quais são eles e que reflexões e soluções são propostas para eles?
- Os estudantes preferem adquirir experiência profissional como empregados antes de criar seu próprio negócio (primeiro empregado, depois empregador). Solução: mostrar a etapa universitária como um período e um espaço seguro para empreender (o custo dessa oportunidade com o Santander X Explorer é zero, não há nada a perder). Eles vão inventar seu próprio trabalho e, além disso, adquirir habilidades que os acompanharão por toda a vida profissional. Serão mais empregáveis, mais resolutivos e terão menos medo do futuro. É necessário eliminar a falsa ideia de que trabalhar menos horas está garantido ao serem contratados por terceiros: o empreendedorismo que melhora o mundo promove o autocuidado, e isso implica trabalhar melhor para trabalhar menos.
- Los estudiantes de Negocios y Administración tienen una mayor intención emprendedora
Solução: ressaltar que qualquer pessoa, especialmente aquela que precisa liberar sua criatividade, melhorar o mundo e ser livre e feliz, pode empreender. Essa opção vai além de simplesmente criar um negócio; por isso, não é algo restrito apenas a estudantes de cursos relacionados à área empresarial. - A desigualdade de gênero é evidente: os homens apresentam taxas de empreendedorismo mais altas do que as mulheres. Solução: resignificar e revisar o modelo aspiracional e de sucesso empreendedor. Com isso, também desmistificamos outro conceito equivocado, já que a maioria dos entrevistados entende o empreendedorismo como um exemplo baseado na exceção: a trajetória de sucesso de alguém (geralmente do gênero masculino) que se torna milionário graças a uma ideia brilhante. Apenas 1,5% da população adulta é milionária, mas a narrativa vendida sugere que qualquer um pode chegar lá se trabalhar duro, se der o sangue. Os números não correspondem ao relato hegemônico; é hora de mudar isso. “Os verdadeiros heróis deveríamos ser aqueles que sobrevivemos no dia a dia”, nos disse Adriana Tortajada, CEO e sócia-diretora da empresa de capital de risco Twelve Hundred VC (1200vc), nesta TalkX. Essa é uma mensagem muito mais realista (e esperançosa), pois dessa forma removemos dos potenciais empreendedores a ideia de que empreender está necessariamente ligado ao sobreesforço.
- Os empreendedores (em processo ou ativos) apresentam níveis de bem-estar subjetivo ligeiramente superiores aos não empreendedores. Reflexão: o empreendedorismo deve ser apresentado como a opção que permite passar de helpless (impotente) a helpful (útil). É necessário incentivar um sentimento de conquista de objetivos, de satisfação e de utilidade.
- A educação em empreendedorismo e o ambiente universitário são fatores-chave para incentivar o espírito empreendedor. Reflexão: talvez seja uma boa ideia não focar tanto na teoria, que nem sempre termina de ser assimilada (como apontaram alguns Coordenadores), e direcionar as formações para abordagens mais práticas. Empreender fazendo é um dos pilares do Santander X Explorer, e isso não é por acaso.
Por outro lado, nas instituições educacionais, observa-se uma menor tolerância à frustração entre os universitários: o que eles querem, querem agora; acostumaram-se à recompensa imediata. É claro, não se pode generalizar, mas as observações indicam falta de perseverança. Podemos oferecer um caminho que seja suficientemente atrativo para que eles decidam aproveitá-lo, em vez de focar exclusivamente em fazer seu projeto se tornar realidade a qualquer custo? Esse é mais um de nossos desafios